Os dois ex-presidentes da República que compareceram à sessão solene do Congresso Nacional sobre os 200 anos da independência do Brasil reforçaram o compromisso institucional do país com a democracia. Primeiro presidente após a ditadura militar, já sob as diretrizes da nova Constituição de 1988, José Sarney afirmou que o Brasil conta com os instrumentos legais para superar autoritarismos e reforçar os direitos humanos.
“Testemunhei momentos difíceis do país, sobretudo ao implantar a democracia depois de um regime autoritário. Não foi uma tarefa fácil. E fizemos uma Constituição em absoluta liberdade: o Brasil hoje tem uma das Constituições mais avançadas do mundo em matéria de direitos sociais. Implantamos uma democracia forte e seguiremos consolidando esse regime”.
Em tempos de violência e polarização políticas, o ex-presidente Michel Temer, que governou o país entre 2016 e 2019, também aposta na pacificação.
“Está se comemorando no Legislativo um grande gesto do Brasil, que foi a independência de Portugal. Claro que independência envolve vários fatores: desde a independência política, como ocorreu 200 anos atrás, mas também a independência econômica, a independência institucional, especialmente no princípio da igualdade de todos perante a lei. Especialmente, a pacificação e a paz no país: eu não me canso de pregar a ideia de harmonia dentro do nosso país, que também é uma luta pela independência, a independência pela pacificação”.
Figura emblemática nos comícios pela redemocratização do Brasil e pelas eleições “Diretas Já”, nos anos 80, a cantora Fafá de Belém também participou da sessão solene do Congresso Nacional e defendeu os interesses populares nas atuais comemorações pelos 200 anos da independência.
“A vida toda é uma luta constante e a independência é fundamentalmente o reconhecimento da origem, do respeito aos povos originários e de seus direitos civis. Independência é saber quem você é e lutar por um país e por um povo que merece muito respeito”.
Sarney, Temer e Fafá foram entrevistados pela TV Câmara logo após a sessão solene do Congresso. Aos 92 anos de idade e integrante da Academia Brasileira de Letras, José Sarney também ressaltou o legado cultural da língua portuguesa, a quarta mais falada no mundo.
Da Rádio Câmara, de Brasília, José Carlos Oliveira








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